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O Traço Intuitivo - Por dentro Dos Rabiscos
O Traço Intuitivo - Por dentro Dos Rabiscos

Um artista não pode viver limitado à esterieótipos do que é certo ou errado, do que é vendável para o mercado ou do que é politicamente correto na hora de trabalhar com sua criação propriamente dita - É claro que pintamos e desenhamos coisas das quais não temos o menor interesse só pela sobrevivencia, mas uma das coisas mais importantes na vida de um artista é sua óbra autoral, seu traço sem nenhuma influência externa, é aí que ganhamos fama, é aí que crescemos e nos tornamos realmente importantes dentro do que fazemos.

Durante muitos anos, principalmente no começo de minha carreira como artista plástico, hostentava a ilusão de ser um pintor surrealista famoso. De fato consegui produzir umas coisas legais como pode - se ver na galeria principal do site, ma sacontece que as pessoas da cidade onde eu morava só reconheciam como pintura aquelas paisagens, retratos e naturezas mortas bem batidas, cheguei até ouvir um comentário de um famoso jornalista que questionou " Como alguém vai colocar um quadro com uma mosca numa sala de jantar, diante da mesa?". Aquilo me fez pensar qual era meu lugar no mundo artístico, onde se encaixavam meus quadros? Definitivamente não era na cozinha desse jornalista...Por fim, minha produção surrealista foi diminuindo, minha mãe faleceu, me mudei daquela cidade, fui morar numa casa pequena e acabei passando a maior parte do tempo desenhando e pintando retratos por encomenda.

Nunca mais pintei... Acho que minha ultima tela era algo como "Buquet de Gatos" - Sim, adoro gatos, tenho um monte deles e uma cadelinha chamada Kate - mas acho que acabei me encontrando numa arte que exige menos espaço e esforço para assimilação pública, e mesmo assim continuo sendo surrealista de certo modo, só que ao inves de quadrões, são quadrinhos.

Bem, vamos ao que interessa, os materiais!

Tirei essa página para falar sobre eles porque sempre rolam dúvidas sobre seus efeitos e resultados em determinadas superfícies - misturo muitos materiais diferente em diversas superfícies diferentes, gosto de experimentar, nem sempre dá certo mas a vida é feita de experiências...Os quadrinhos são um excelente campo para essas brincadeiras, até mesmo porque como um ilustrador independente, gozo de total liberdade para fazer o que quizer nos meus desenhos, inclusive na nova edição de Sophy (Vou postar mês que vem aqui) estou usando pastel seco, Nankin, lápis de cor e tinta acrílica, a mesma técnica estou usando em "Insólita" e "Hospedeiros". Na minha concepção, uma história é composta de inúmeros momentos, e cada momento exige uma ambientação diferente, Frank Miller fêz muito isso em sua Grafic Novell Sin City e Dave Macquin nos quadrinhos e capas de Sandman de Neil Gaiman. Vale lembrar que não faço quadrinhos para crianças que precisam de uma linguagem gráfica bem clara e precisa, faço histórias e as ilustro diretamente para um público adulto que gosta de arte e que também gosta de ler. Tive alguns impasses quando publiquei o primeiro "Pigeons Hell", porque alguns persanagens não se pareciam com eles mesmos em algumas cenas - a única justificativa que dei publicamente foi que a história era confusa, hávia uma tensão sobrenatural - infernal alí presente o tempo todo, mas para ser franco eu estava realmente com uma certa dificuldade para definir melhór as características de meus personagens, voltei à pracheta e criei um padrão frente, lado e perfil de cada pernagem de modo que na história seguinte tudo ficou bem mais claro, mas mesma assim ainda não fiquei e nem ambicionei ficar igual aos desenhista igual a marvel.